Concentração do passeio ciclístico promovido pela Casa Martins/Monark no ano de 1979.
Fonte: APCBH/ASCOM


     As duas imagens publicadas remetem ao não tão distante ano de 1979, quando pedalar pela cidade era uma aventura das mais insanas, visto a topografia não muito incentivadora, ideia atualmente superada pela acentuada evolução tecnológica das bicicletas, que permite ao ciclista se deslocar com grande facilidade pela urbe, apesar da ainda insistente ideia propagada por uma pequena parte da sociedade de que as vias não são lugar para elas e sim para veículos motorizados, uma bizarrice surgida entre os ideais legados por JK na década de 1950, absorvidos e perpetuados por todas as gestões municipais seguintes.
     O passeio, realizado no mês de novembro chama a atenção pela enorme quantidade de ciclistas presentes na Avenida Olegário Maciel e na concentração, mostrando o quão popular era e ainda é a bicicleta em nossa cidade. A Massa Crítica que o diga.
     Sem delongas, com a construção das ciclovias no ano de 2011 e o consequente fortalecimento da ideia de que a bicicleta é um excelente modal de transporte, que proporciona a liberdade de ir e vir, permitindo não só a ruptura de uma total dependência do automóvel no dia a dia mas também a melhoria na qualidade de vida de quem optou por ela, publico as imagens acreditando que o processo de implantação das vias destinadas às bicicletas é um processo necessário e irreversível, apesar da clara resistência de alguns setores da sociedade que ainda acreditam que as ruas e avenidas pertencem a eles, que o poder público tem a obrigação de alargar cada vez mais as vias e liberar mais espaços para estacionarem seus símbolos de distinção social. E ainda temos resistências de ciclistas que, por utilizarem um certo espaço de lazer há pelo menos meio século, se acham no direito de usurpar deste espaço. A sociedade evolui, assim como as cidades, o espaço não é cimentado nem estático e sim dinâmico.
     Certamente demorará um tempo para a população compreende-las, ainda mais acreditando que ciclovias são "comunistas", exemplo de um pensamento criado por uma sociedade imatura e sem preparo para lidar com os problemas atuais e que deveriam investir mais em educação e livros no que em bens materiais e em uma suposta auto afirmação. Mas as ciclovias vieram para ficar, pois o espaço é para todos e não para uma camada que se julga privilegiada. 

O passeio na Avenida Olegário Maciel, em novembro de 1979.
Fonte: APCBH/ASCOM


Vocês acham isso correto? Certamente a dona do automóvel acredita que sim, pois fechou o veículo e sumiu rua abaixo por mais de dez minutos.
Fonte: Foto do Autor

"Vou ali e já volto"
Fonte: Foto do Autor


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