Propaganda de lançamento do loteamento Cidade Nova em Agosto de 1966.
Fonte: Acervo Diário de Minas
Os diversos periódicos que circularam na capital desde a sua
construção são testemunhos do desenvolvimento urbano de Belo Horizonte e das
mazelas trazidas pelo acentuado crescimento e metropolização a partir da década
de 1950, período em que se caracteriza pela grande verticalização da área
central, onde os edifícios residenciais e conjuntos se destacavam entre os
edifícios comerciais e os velhos sobrados de tijolos, grande parte substituídos
pelo concreto armado.
O adensamento da área central foi
motivo de criticas em vários segmentos da sociedade, que não via com bons olhos
a construção de edifícios de uso residencial em uma área que deveria ser
exclusivamente de comércio e de serviços, funções que a região central passou a
exercer de fato no final dos anos 1920. Mas como o regulamento de construções
feito alguns anos antes pelo Poder Municipal permitia a verticalização apenas
na área central e restrito ao resto da zona urbana e adjacências, era natural
que ai se instalasse os grandes condomínios residenciais que ainda existem
alternados com o comercio e serviços. Uma verdadeira miscelânea de
funcionalidades, como escreveu Sylvio de Vasconcelos em 1956:
“Consequência do crescimento
que tem caracterizado ultimamente, o movimento imobiliário de Belo Horizonte,
principalmente voltado para as construções de apartamentos, em altura, passou a
ser objeto do maior interesse a questão da chamada zona comercial e sua
ampliação, porquanto só nela se permitem edifícios de vários pavimentos. Edifícios
de apartamento não é comercio. É habitação, residência, e, portanto, tais
obras, devem ser construídas em zona residencial e não comercial. Por um lapso
do atual regulamento de construções da municipalidade (que, parece, não os
previa) ficaram enquadrados no centro da cidade, sujeitos as mesmas
determinações e regalias dos edifícios para fins exclusivamente comerciais”.
As imagens abaixo,
retirados de diversos jornais das décadas de 1950 e 1960 mostram a propaganda
feita para a venda dos apartamentos de alguns dos edifícios em construção da
região central além da uma matéria, possivelmente paga, para o jornal Binômio
sobre a construtora Hiron, então a “serviço do progresso de Belo Horizonte”.
Aproveito para mostrar também duas interessantes propagandas, uma sobre o
lançamento dos loteamentos Jardim das Alterosas e Cidade Nova, esse último no
ano de 1966, onde a torneira jorrando água abundante é o retrato da situação em
que se encontrava o abastecimento de água da capital na década de 1960, onde o
caos urbano fazia parte do cotidiano dos belorizontinos.
É necessário muito cuidado ao analisar os inúmeros periódicos que circularam e circulam na capital, principalmente no período abordado, onde eram comuns as matérias pagas pelo Poder Público e pelos agentes imobiliários, que louvavam a “Cidade Oficial”, com todas as suas mazelas. Mas eles são o retrato de um momento em que a sociedade encontrava-se mergulhada no caos, enalteciam o asfalto e o concreto, assim como o petróleo, considerados então imprescindíveis para o pleno desenvolvimento da metrópole mineira.
É necessário muito cuidado ao analisar os inúmeros periódicos que circularam e circulam na capital, principalmente no período abordado, onde eram comuns as matérias pagas pelo Poder Público e pelos agentes imobiliários, que louvavam a “Cidade Oficial”, com todas as suas mazelas. Mas eles são o retrato de um momento em que a sociedade encontrava-se mergulhada no caos, enalteciam o asfalto e o concreto, assim como o petróleo, considerados então imprescindíveis para o pleno desenvolvimento da metrópole mineira.
Edifício Ouro Verde em propaganda de 1957.
Fonte: Acervo jornal O Binômio.
Loteamento Jardim das Alterosas no ano de 1955.
Fonte: Acervo jornal O Binômio.
Lançamento do edifício Monte Carlo em 1957.
Fonte: Acervo jornal O Binômio.
Lançamento do edifício Panorama em 1957.
Fonte: Acervo jornal O Binômio.
Edifício Paula Ferreira em 1957.
Fonte: Acervo jornal O Binômio.
Matéria do jornal O binômio sobre a construtora em questão no ano de 1957.
Fonte: Acervo jornal O Binômio.