Está a venda o livro "Sob a sombra do Curral del Rey", dividido em dois volumes que buscam contribuir para a história de Belo Horizonte. #bh120anos

Volume 01: Link para compra

Volume 02: Link para compra

Resguardada pelas serras do Curral e da Onça, o bucólico Curral del Rey, em seus quase dois séculos de existência, não imaginava que o destino reservaria a ele a glória de liderar o resplandecente estado de Minas Gerais. Uma glória convertida no arrasamento do arraial que deu lugar ao vanguardista plano republicano de edificar a sua capital, racional e geométrica.

Belo Horizonte, nascida e crescida sob a sombra curralense, rapidamente extrapolou os seus limites físicos, se perdendo em meio aos escombros de uma cidade diversas vezes reinventada pelos utopismos visionários e pela força do capital, responsáveis por perdas preciosas e muitas vezes irreversíveis para a pérola das gerais.

Nos cento e vinte anos de inauguração de uma capital vazia e em obras, o presente livro procura lançar luzes sobre as paisagens, aspectos e particularidades metamorfoseadas ou desaparecidas em meio à metrópole mineira, bela e impermeável, moderna e desidratada, buscando desde sempre contribuir para a história da urbe horizontina. 

Lançamento dia 09/12/2017 as 15:00 no Museu das Minas e Metal #bh120anos
Os livros se encontram à venda nos links abaixo:

Volume 01: 452 páginas (colorido) formato 14x21 impresso em papel couché LINK

Volume 02: 220 páginas (colorido) formato 14x21 impresso em papel couché LINK


Avenida Antônio Carlos em frente ao Conjunto IAPI.
Acervo Estado de Minas


Avenida Amazonas
Acervo Estado de Minas


Não é necessário dizer que a situação é praticamente 
mesma na atualidade...
Fonte: Omnibus/FJP

Caixa d'água do Palácio, 1929. Acervo MHAB


     Muitos conhecem o edifício acima, uma pequena e bela casa que abriga o Servas, localizado ao lado do Palácio da Liberdade. No entanto, nem imaginam que o belo prédio fora construído pela Comissão Construtora da nova Capital (CCNC) para o armazenamento do precioso liquido que abasteceria a nova capital de Minas.

     Não é novidade para ninguém a eterna crise no abastecimento de Belo Horizonte, os antigos certamente se lembrarão de um período onde grande parte da cidade passava sede e consumia água dos caminhões-pipa, dos cursos d'água e dos reservatórios construídos nas casas suburbanas fora da Avenida do Contorno, enquanto a população "centro-sulina", ou pelo menos uma boa parte dela, hidratava seus passeios e piscinas, sem se preocupar com uma cidade que já nasceu sob a égide segregacionista, acentuado ao longo do processo de desenvolvimento da capital, onde o individualismo acabou por se sobressair sobre a coletividade/solidariedade reinante até a consolidação dos valores urbano/industriais do século XIX.

     A caixa d'água do Palácio fora inaugurada no ano de 1897 e era abastecida pelo manancial do Cercadinho, ao mesmo tempo em que se inaugurava a caixa d'água do Cruzeiro, abastecida pelo córrego da Serra, ainda existente. Marcas de um tempo em que a preocupação em hidratar o seu povo se resumia a Avenida do Contorno, fora dela os reservatórios chegariam trinta anos mais tarde.

Grupo Escolar Francisco Bressane de Azevedo, no 
bairro São Paulo.
Acervo APCBH/ASCOM


     Os grupos escolares da capital representam uma história à parte. No entanto, em meio à ignorância generalizada na qual nos encontramos nessa turbulenta 2ª metade da década de 2010, publico a imagem de dois grupos escolares municipais inaugurados na década de 1950, o Grupo Francisco Bressane de Azevedo, no bairro São Paulo, construído à partir da necessidade de se estabelecer uma escola em uma região que crescia a passos largos desde o inicio da década de 1930, com a inauguração do Matadouro Modelo, e o Grupo Escolar Benjamin Jacob no bairro Sion, destinado também a atender a demanda de um bairro dito "nobre" que se encontrava em consolidação, ambos construídos pela gestão de Celso Mello de Azevedo, chamando a atenção para a paisagem em volta dos edifícios.

     Publico as imagens na esperança do reconhecimento por uma parte da cidade da importância que as instituições de ensino possuem, e da necessidade da revalorização da instrução, visto o conturbado período em que nos encontramos, onde infelizmente a ignorância vem se sobressaindo em meio à coletividade e outras coisas mais, fruto da decadência educacional (instrução familiar) e da desvalorização/inversão/sucateamento das instituições de ensino, medidas convenientes e que vem apresentando "resultados" de uns anos para cá, visto as inversões de valores e crenças destorcidas, lembrando que "somente a história pode dar a um povo a consciência de si mesmo", como disse Arthur Schopenhauer. 
     Olhando os erros do passado, certamente se fará um futuro melhor, e Belo Horizonte precisa disso com urgência.

A inauguração do Grupo Escolar, no bairro São Paulo.
Acervo APCBH/ASCOM

Grupo Escolar Benjamin Jacob no bairro Sion. Ao fundo a
mata do Colégio Santa Doroteia.
Acervo APCBH/ASCOM





Rios Invisíveis da Metrópole Mineira

gif maker Córrego do Acaba Mundo 1928/APM - By Belisa Murta/Micrópolis