Fonte: Acervo EM - Hemeroteca Histórica
Entra ano,
sai ano e as tragédias continuam a ocorrer, potencializadas por uma sucessão de
erros seculares que contribuem significativamente para o triste espetáculo dos
transbordamentos em meio urbano, ocasionados por um fenômeno que precisa ser
respeitado e compreendido, e que nunca será controlado.
Ressalta-se que o alto grau de impermeabilização das sub bacias e a massa hidráulica drenada para o canal do Arrudas podem ser considerados fatores determinantes no seu transbordamento regular, onde as perdas materiais e humanas ocorrem de maneira frequente há cerca de nove décadas. Nesse sentido, pode-se concluir que o problema dos transbordamentos se deve pela insistência do ser humano em habitar áreas que não deveriam ser habitadas e modificadas, como as planícies de inundação.
No entanto, as sociedades buscam desde a antiguidade intervir nos fenômenos da natureza, na esperança de que um dia alguns dos fenômenos possam ser controlados, ainda que a busca contribua para a alteração dos fenômenos, no qual Brito (1944) observa que o problema das inundações é, portanto, um problema estabelecido pelos caprichos da atividade do homem, onde a impossibilidade de se resolver o problema deve ser aceito para que se evite trabalhos desnecessários, o desperdício de vultosas quantias e desilusões."
Imagem: Estado de Minas (1962) publicada no artigo Do
protagonismo à invisibilidade: Geografia Histórica do córrego do Acaba Mundo e
a sua relação com o sítio de Belo Horizonte-MG (1716/1973) que pode ser
acessado neste Link