Ribeirão Arrudas.
Foto: Alessandro Borsagli
Estamos no meio de uma pandemia, bizarrices e absurdos políticos, no auge da estiagem e quase ninguém se lembra dos rios, simplesmente por estarem invisíveis (mesmo visíveis ao olfato e aos olhos de poucos) e "domados" em seus canais e leitos degradados.
A PBH até agora nada fez de concreto (não é alusão aos canais artificiais), as chuvas estão chegando e as eleições também. Quando as águas ocuparem o seu espaço de direito no período chuvoso que se aproxima o assunto certamente voltará à tona, as mesmas "soluções" voltarão à tona e vários "entendidos" do assunto, que eu acredito que estejam hibernando por aí também voltarão à tona ou fazendo política com o que está na mídia atualmente, e como sempre nada de novo será apresentado/falado.
E ai? Mais uma vez Belo Horizonte sofrerá com um problema potencializado por decisões políticas e técnicas mal aplicadas e altamente rentáveis. E a culpa mais uma vez será atribuída ao rio, ao transbordamento e a natureza, mas desde sempre a culpa é da forma em que convivemos com o meio do qual fazemos parte, acreditando que os fenômenos podem ser controlados por uma racionalidade técnica mal aplicada mas altamente lucrativa e vendida como solução para o não solucionável.
Os fenômenos não podem ser controlados, isso é ponto pacífico, mas a ganância, a ambição política e o poder fazem com que você cidadão belorizontino, acredite que a grande maioria dos indivíduos eleitos pelo voto realmente trabalham em prol do bem estar coletivo, e que nesse caso resolverá as mazelas causadas por um problema criado por seus antecedentes.
Lembre-se disso.
Ribeirão Arrudas na altura da foz do córrego da Serra, após a lavagem das galerias
pelas primeiras chuvas de 2019.
Foto: Alessandro Borsagli