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Três anos para encontrar a história da icônica Trilha Perdidas. Ou, três décadas. Foi lá nos anos 1990 que @borsagli começou a pedalar por este emaranhado de caminhos nas bordas de Nova Lima com Belo Horizonte, ligando os Ribeirão de Macacos e Mutuca. @bernardobiagioni só apareceu para pedalar e correr aqui nos anos 2000. Mas, escrevendo um artigo sobre o Forte de Brumadinho, em 2020, encontrou o rumo da Trilha Perdidas em um mapa de 1936. E, depois, em documentos do século XIX.
Mas, peraí, a Perdidas não era essa trilha aberta pelas
motos?
Depois de três anos em intensas correspondências
digitais, com mais de 30 horas de áudios e
infinitos documentos trocados, publicamos enfim o artigo “Das Tropas às Trilhas”.
Mais
do que a história da Perdidas, este trabalho é uma investigação profunda dos
primeiros caminhos que definiram a ocupação do hoje chamado Quadrilátero
Aquífero
Ferrífero. E, adivinhe só: a
Perdidas sempre esteve por aqui!
À todos os motoqueiros, trilheiros, jipeiros, ciclistas, corredores,
caminhantes e entusiastas em geral, fica o convite para a leitura. O artigo se
encontra publicado no Cadernos de Geografia do PPGG TIE PUC Minas (Qualis da
Geografia A1), com link em nossos perfis.
Espalhe
e marque aqui quem possa se interessar. Que a mãe das trilhas tenha o seu valor
reconhecido e não se perca em meio aos extravios morais de nossa sociedade. Que
continue proporcionando às gerações futuras o que ela proporcionou e
proporciona para a nossa.
Quem sabe ainda dá tempo de salvar este caminho e esta
história dos tempos estranhos que se anunciam no horizonte?
Complexo da Pampulha ano 80: no que diz respeito ao meio ambiente e as águas represadas do ribeirão Pampulha não há nada para se comemorar. A moldura do Complexo Arquitetônico se encontra há décadas degradada, marginalizada, abandonada.
A Pampulha é bela, é tricentenária, não é apenas modernista, não se resume a uma represa e nem foi inventada por JK.
Ainda assim, segue um pequeno resumo publicado por @borsagli nos anos de 2014, 2016 e 2017:
“A represa da Pampulha foi construída na bacia do ribeirão Pampulha, formado pelos córregos Ressaca e Sarandi, entre outros pequenos afluentes. A represa, cuja construção se iniciou na gestão de Octacílio Negrão de Lima (1935-1938) tinha como objetivo o abastecimento de água da capital e proporcionar um espaço para a prática de esportes aquáticos, dentro do desenvolvimento do lazer promovido na Era Vargas para a população dos centros urbanos.
Em 1941 a represa foi transformada em área de lazer para a população belorizontina e seria amplamente utilizada pela administração Juscelino Kubitscheck e demais administrações municipais para promover a urbe mineira como uma capital moderna e como atrativo turístico de uma cidade de meia idade. A estratégia de projeção da região se completou com a construção do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, cujo projeto coube a artistas e arquitetos conhecidos pelos trabalhos de vanguarda realizados na década anterior.
De acordo com JK, a construção do Complexo era imprescindível, pois não se podia frear o desenvolvimento urbano de Belo Horizonte, sendo necessária a continuidade do crescimento urbano para as regiões mais afastadas, projetando a capital como um dos grandes centros urbanos brasileiros, na vanguarda do modernismo e do morar moderno:
"A Pampulha era uma imposição do progresso da capital, traduzido no crescimento constante da área edificada e na projeção vertical das construções, quando os arranha-céus vieram substituir casas velhas e sem conforto. Compreendemos ser a ocasião propícia para dar a cidade uma série de atrações que em outros centros de população densa constituem fator preponderante para o desenvolvimento do intercâmbio turístico, uma das mais rendosas indústrias que podem contar as cidades" (JK, 1943).
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Instagram: @curraldelrey
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Contato do Autor
- Alessandro Borsagli
- Professor e pesquisador, graduado em Geografia (PUC-MG) e História (UNIFRAN) e Mestre em Geografia pelo PPGG-TIE da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Do convívio à ruptura: a cartografia na análise histórico-fluvial de Belo Horizonte - 1894/1977). Pesquisador atuante na área de Geografia Urbana, Geografia Histórica, Memória Urbana, Hidrogeografia e Estudos da Paisagem, com foco no Estado de Minas Gerais. Autor do site Curral del Rey, destinado ao resgate da memória urbana e a análise sobre o processo de evolução urbana de Belo Horizonte e das mudanças ocorridas na paisagem urbana da capital mineira, dos livros Rios invisíveis da metrópole mineira, Horizontes Fluviais, Rios urbanos de Belo Horizonte e de diversos livros sobre a cidade de Belo Horizonte. Email:borsagli@gmail.com