Perspectiva bairro/centro da Avenida Raja Gabaglia.
APCBH acervo SUDECAP


    Apesar de nos encontramos em um momento onde a educação e a pesquisa vem sofrendo ataques e cortes constantes (entre altos e baixos a educação, obviamente, nunca foi prioridade de nenhum político ou facção nas últimas três décadas), publico hoje, dentro da série "paisagens pretéritas" e por acreditar que somente pela educação e pela disseminação e transmissão do conhecimento podemos construir um futuro melhor para as próximas gerações, (ressaltando que o professor e pesquisador que vos escreve e todo o trabalho publicado nesses nove anos de blog são frutos de mais de uma década de pesquisa e de aprendizado acadêmico, entre outras coisas), uma imagem que apresenta a perspectiva norte da Avenida Raja Gabaglia na segunda metade da década de 1970.
      
      A perspectiva, obtida do local próximo ao interflúvio Leitão/Cercadinho, apresenta uma via recém inaugurada em meio às grandes movimentações de terra, ruas de terra e os metros iniciais asfaltados da Avenida Barão Homem de Melo, importante via que já se encontrava em projeto e construída na década de 1980. Destaca-se ainda a perspectiva da metrópole e toda a sua verticalização que já se encontrava em franca expansão para os bairros localizados fora da Avenida do Contorno.
      
        Nesse contexto, é importante ressaltar que a Avenida Barão Homem de Melo, em quase toda sua extensão, foi aberta no talvegue do córrego Chácara, um afluente do córrego das Piteiras e que se encontrava em grande parte inserido nas terras da Fazenda do Cercadinho, desapropriada no ano de 1894 pela CCNC. Ou seja, a linha de cumeada de parte da Avenida Raja Gabaglia corresponde a antiga divisa das Fazendas Cercadinho e Leitão, fatos que serão abordados nas duas próximas publicações e no livro que será disponibilizado nas próximas semanas. 

      Gostaria ainda de observar, um pouco fora de contexto, que muitas das imagens antigas de Belo Horizonte e suas perspectivas são carregadas de significados políticos, sociais e econômicos, ainda que a maciça contemplação das paisagens pretéritas na atualidade contribua para encobrir, ainda que parcialmente, os verdadeiros significados e os contextos para o qual a imagem foi produzida. 

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