Com a proclamação da republica em 1889 os habitantes do Curral del Rey passaram a discutir a mudança do nome do arraial. Após varias reuniões realizadas resolve-se adotar, com o aval do então governador João Pinheiro da Silva o nome de Belo Horizonte, pois acreditava que o antigo nome era um atestado ao atraso, fato inaceitável para a jovem nação republicana.
Juntamente com a Republica veio à tona novamente a questão da mudança da capital. Ouro Preto não apresentava alternativas para o desenvolvimento urbano e para a implantação de melhorias sanitárias, pois a topografia não favorecia tal desenvolvimento, além de já existir um movimento, mesmo que embrionário, para a conservação do seu sitio urbano. A nova capital seria inovadora, com largas ruas e com as condições necessárias para se realizar um saneamento adequado, propiciando um modo de vida compatível com as idéias vigentes da época. Os edifícios seriam modernos, negando o que se via em Ouro Preto, a arquitetura colonial portuguesa, símbolo do atraso para os entusiastas da nascente Republica.
As localidades escolhidas pelo Congresso Mineiro após acaloradas discussões foram Juiz de Fora, Várzea do Marçal (São João del Rei), Barbacena, Paraúna e Belo Horizonte. Foi contratado para chefiar os estudos das localidades e posteriormente implantar os aparatos necessários para a construção da capital o Engenheiro Geógrafo e Civil Aarão Reis, natural do Pará.
Após a realização dos estudos nas cinco localidades indicadas Aarão Reis aponta em seu relatório enviado para o Congresso mineiro as vantagens e desvantagens de cada localidade, sobressaindo-se entre as localidades estudadas Belo Horizonte e Várzea do Marçal, sendo essa ultima a escolhida por Aarão Reis para sediar a nova capital. Mas após meses de debates o Congresso, reunido em Barbacena para fugir das pressões contrárias a mudança da capital em Ouro Preto decide que o arraial de Belo Horizonte é o local ideal para a sede da nova capital.
Planta da Varzea do Marçal - 1893Juntamente com a Republica veio à tona novamente a questão da mudança da capital. Ouro Preto não apresentava alternativas para o desenvolvimento urbano e para a implantação de melhorias sanitárias, pois a topografia não favorecia tal desenvolvimento, além de já existir um movimento, mesmo que embrionário, para a conservação do seu sitio urbano. A nova capital seria inovadora, com largas ruas e com as condições necessárias para se realizar um saneamento adequado, propiciando um modo de vida compatível com as idéias vigentes da época. Os edifícios seriam modernos, negando o que se via em Ouro Preto, a arquitetura colonial portuguesa, símbolo do atraso para os entusiastas da nascente Republica.
As localidades escolhidas pelo Congresso Mineiro após acaloradas discussões foram Juiz de Fora, Várzea do Marçal (São João del Rei), Barbacena, Paraúna e Belo Horizonte. Foi contratado para chefiar os estudos das localidades e posteriormente implantar os aparatos necessários para a construção da capital o Engenheiro Geógrafo e Civil Aarão Reis, natural do Pará.
Após a realização dos estudos nas cinco localidades indicadas Aarão Reis aponta em seu relatório enviado para o Congresso mineiro as vantagens e desvantagens de cada localidade, sobressaindo-se entre as localidades estudadas Belo Horizonte e Várzea do Marçal, sendo essa ultima a escolhida por Aarão Reis para sediar a nova capital. Mas após meses de debates o Congresso, reunido em Barbacena para fugir das pressões contrárias a mudança da capital em Ouro Preto decide que o arraial de Belo Horizonte é o local ideal para a sede da nova capital.
Fonte: APCBH Acervo CCNC
Planta do Arraial de Belo Horizonte - 1893
Fonte: APCBH Acervo CCNC
Analisando as plantas produzidas pela Comissão responsável pela avaliação das localidades realmente o sitio onde se encontra Belo Horizonte apresentava inúmeras vantagens em relação à Várzea do Marçal, a começar pela localização, pois a Várzea, como o próprio nome diz é uma área plana sujeita a alagamentos nos períodos de chuva. A capital se tivesse sido ai estabelecida sofreria com grandes enchentes nas partes mais baixas do terreno. Em relação à expansão urbana ela comportaria uma distribuição regular da população seu sitio, verificada atualmente com o crescimento de São João Del Rei em direção à Várzea. Porém se observarmos a questão do Patrimônio Histórico a perda seria bem maior, pois certamente, se a capital tivesse se estabelecido ai já teria anexado – a conhecida conurbação, as partes históricas de São João del Rei e de Tiradentes, levando ao desaparecimento parcial ou total delas, tamanho foi o crescimento da capital nos últimos cinqüenta anos. Muitos podem se perguntar: mas não houve também grandes perdas históricas e culturais com o arrasamento do arraial de Belo Horizonte, antigo Curral del Rey? Sim, houve, porém as perdas patrimoniais comparadas a estas duas cidades foram realmente menores e mais aceitáveis se lançarmos um olhar mais critico em relação ao patrimônio. O abastecimento de água seria mais oneroso, pois os recursos hídricos ai existentes são em menor abundância do que na região de Belo Horizonte. Já a centralidade do arraial de Belo Horizonte foi um fator determinante para a sua escolha, pois a sua localização influenciaria grande parte do Estado, ao mesmo tempo em que deixaria de sofrer qualquer influência dos estados vizinhos, coisa que a Várzea do Marçal correria sério risco de sofrer, pois está localizada a uma distância média do Rio de Janeiro, na época Capital Federal. Atualmente Belo Horizonte exerce influência direta sobre a região de São João del Rei, segundo dados do IBGE na publicação ”Regiões de Influência das Cidades” de 2007. Mesmo que a escolha tenha sido política, muitos acreditavam que escolhendo Belo Horizonte como sede da nova capital tornar-se-ia impossível a construção de uma capital nessa localidade em apenas quatro anos, por causa da falta de infra-estrutura no arraial, que era então distrito de Sabará e que contava apenas com uma precária via de acesso.
Definitivamente não foi errada a escolha do arraial de Belo Horizonte como sede da nova capital, atualmente se pode compreender isso.
Adorei o site. Parabéns pelo trabalho e, como professor de História, indicaria o mesmo aos meus alunos!
ResponderExcluirARRAIAL DOS PAPUDOS
ResponderExcluirPercorrendo escritos de família, encontrei, dentre tantos, um poema de meu bisavô, datado de 18 de fevereiro de 1897, intitulado:
“BELLO - HORIZONTE”,
um verdadeiro achado histórico que convém aqui ser transcrito fielmente, conservando a grafia da época:
“Quem namorar ao papudo
Volta a cara, fecha os olhos,
Jamais deve se queixar
Deixa o papo brazonar.
(Rifão)
Avante, Bello Horizonte,
Eu te bem digo, Courral,
Não D’el Rei, mas da republica
Florescente – Capital.
Naquelles tempos passados
Inda hoje há o rifão,
Dos bócios que lá formavam
As notas do rabecão.
Nunca pensaste que um dia,
Mais tarde, dia fagueiro,
Foste coroada de louro
Pelo congresso Mineiro.
Foste escolhida e approvada
N esse torrão colossal,
Para gloria dos mineiros
Esplendissima – Capital.
Vais attrahir muita gente
Outras bem longe de ti
Não te querem, pois adoram
As torres do Itaculumy.
Eu te lamento, penhasco,
Despresado e altaneiro!
Hoje vão outros cantar,
Mas tu cantaste primeiro!
Despresa-se a velha honesta
Pela moça jovial
Assim fez o nosso Estado
Transportando a Capital.
Avante, Bello – Horizonte,
Segue em paz, caminha além
Tu vais ser o paraíso
Da mocidade que vem.
***
O autor desses versos foi o Professor LEONCIO FRANCISCO DAS CHAGAS, poeta, professor, compositor e maestro de banda.