Posto Telegráfico de General Carneiro que existiu à beira do Ramal de Belo Horizonte da EFCB.
Fonte: APCBH Acervo CCNC

    As ferrovias representam um capitulo a parte na história de Minas Gerais. No caso especifico de Belo Horizonte, desde o inicio da construção da nova capital ela foi de suma importância para a logística relacionada ao transporte de materiais. Para atender o prazo estabelecido pela Câmara Mineira para a entrega da nova capital uma das primeiras medidas da Comissão Construtora foi construir um Ramal da Estrada de Ferro Central do Brasil¹ desde a linha principal que seguia de Sabará em direção ao norte de Minas, na altura de General Carneiro até o local que posteriormente se construiu a Estação Ferroviária de Belo Horizonte.
   Segundo Abílio Barreto, em sua “Memoria Histórica²” foram feitos três estudos para a construção da variante da linha da Central, uma das opções estudadas seria pela região do Rabelo e Lagoa Seca, inviável devido a grande declividade desde Nova Lima até o sitio onde se construiria a nova capital. A transposição da Serra do Curral não era necessária segundo a Comissão, e o traçado da variante teria uma extensão de 32.000m, quase vinte a mais que o ramal seguindo o vale do Arrudas. A outra opção seria pela garganta do Taquaril, que obrigaria a Comissão a construir um túnel de cerca de 400m de extensão para transpor a garganta e atingir o vale do Arrudas.
   Por fim, optaram pela construção do ramal desde o entroncamento da linha da Central (General Carneiro) até Belo Horizonte seguindo pela margem esquerda do Arrudas. É bom observar que, possivelmente as obras do ramal foram aprovadas em tempo recorde devido ao fato de Aarão Reis ter exercido cargo de chefia na EFCB antes de assumir a chefia da CCNC. O ramal foi inaugurado em Setembro de 1895 acelerando o transporte do material necessário para a edificação da nova capital. O ramal proporcionou a melhoria do fluxo de pessoas entre o canteiro de obras e as cidades de Sabará e Ouro Preto. Antes o transporte era feito a cavalo ou por diligencias desde os locais onde a linha férrea ainda não tinha alcançado, e é bom ressaltar que a linha do Centro da EFCB só chegou a Sabará em 1890.

Estação de General Carneiro em 1896 (já demolida).
Fonte: APCBH Acervo CCNC

     No mesmo ano da inauguração do Ramal foram construídos diversos ramais férreos urbanos para atender a necessidade de transporte do material oriundo da Estação Central e das Pedreiras, imprescindíveis para a construção dos edifícios públicos e do calçamento de ruas. Posteriormente alguns quilômetros desses trilhos foram utilizados pelos Bondes implantados em 1902 e responsáveis pelo transporte da população da capital.
   O Ramal de General Carneiro foi incorporado pela EFCB em 1899 adquirido do espolio da extinta Comissão Construtora. Ao longo do Ramal existiam as paradas de Marzagão, Freitas, Cardoso e Arrudas até a Estação Central. Esse trecho apresentava algumas deficiências devido à declividade do terreno que limitava o numero de vagões puxados pelas Locomotivas no trecho entre Marzagão e Belo Horizonte além da obrigatoriedade da baldeação em Conselheiro Lafaiete para quem viajava desde a Capital Federal devido a diferença de bitola entre as linhas. Para corrigir tais incômodos o Governo Federal iniciou em 1910 a construção do Ramal do Paraopeba visando também encurtar a distancia entre Belo Horizonte e a Capital Federal sem a necessidade de baldeação em Conselheiro Lafaiete. O Ramal, inaugurado em 1917 proporcionou a melhoria de comunicação entre as localidades próximas a capital e o fluxo populacional uma expansão ao longo de suas linhas que também passavam pelo Barreiro e Ibirité, algumas das paradas existentes ao longo da linha. Outras paradas importantes eram as Estações do Ferrugem, Gameleira e Calafate.
    Outra importante ferrovia que viria a servir Belo Horizonte era a Estrada de Ferro Oeste de Minas, posteriormente renomeada Rede Mineira de Viação. Essa ferrovia já havia chegado a diversas cidades do interior de Minas quando o Governo autorizou o inicio dos estudos em 1898 para a construção do ramal entre Itapecerica e Belo Horizonte. As obras tiveram inicio alguns anos mais tarde e em 1910 foi inaugurado o pequeno trecho entre Belo Horizonte e Betim e em 1912 foi inaugurado o trecho entre a capital e Pará de Minas, sendo que os trens passaram a sair diariamente da capital em direção as diversas cidades do centro oeste do estado atendidas pelas linhas da EFOM.
    O trecho da RMV que cortava a capital seguia paralelamente os trilhos da Central da Linha do Paraopeba até a altura da Rua Pouso Alegre, daí ele atravessava a região da Lagoinha seguindo pela Rua Mauá (Rua do Ramal, atual Nossa Senhora de Fátima) até o Ribeirão Arrudas, onde voltava a correr paralelamente aos trilhos da Central. Nesse local, nas proximidades da Rua Santa Quitéria existiu até a década de 70 a Estação Carlos Prates e os armazéns de cargas da RMV ainda existentes.
    É importante destacar que a eletrificação da Rede Mineira empregada nos anos 50 no trecho entre Divinópolis e Belo Horizonte terminava nessa estação. Os trilhos das duas ferrovias corriam paralelamente até a travessia do Ribeirão Arrudas na Gameleira. A partir daí os trilhos da EFCB iam em direção ao Barreiro e ao vale do Paraopeba e os da RMV seguia em direção a Estação Bernardo Monteiro, Betim e para a região centro oeste de Minas Gerais, tendo como paradas Camargos, Berlarmino, Gameleira e Seminário, todas dentro do perímetro da capital.

Projeto do Ramal Férreo de Belo Horizonte em 1894. No projeto é possivel ver a variante de Capitão Eduardo, em estudos desde essa época e parcialmente implantada anos mais tarde.
Fonte: APCBH Acervo CCNC

Linhas da EFCB e EFOM que atravessavam a capital em 1928.
Fonte: Acervo MHAB

    Para se entender a importância da linha férrea em relação à expansão da malha urbana da capital, um dos motivos para o crescimento urbano de Belo Horizonte ter se direcionado nas primeiras décadas para oeste foi devido a passagem dos ramais da EFCB e da EFOM por essa região, no caso da EFCB seguindo ao longo do Vale do Arrudas e da EFOM em direção ao ainda Distrito de Contagem e Betim. A Vila Oeste (parada Berlarmino) por exemplo, surgiu na década de 30 às margens da linha de Rede Mineira de Viação e figurou durante anos como uma "ilha" no meio do nada, isolada do resto da capital cuja principal comunicação com a região central era feito através dos trens de subúrbio.
   Outra coisa que é interessante observar é o fato das linhas férreas terem surgido antes da plena urbanização de Belo Horizonte, ao contrario do que aconteceu em outros centros urbanos onde foi necessária a demolição e desapropriação de grandes áreas para a implantação das linhas. Salvo a região central de Belo Horizonte que, como se verá mais adiante, para resolver os problemas relacionados ao tráfego e aos inúmeros acidentes que ocorriam todas as semanas nas passagens de nível foi necessária na década de 70 uma demolição em massa de diversos quarteirões na região da Lagoinha com o intuito de se resolver os inconvenientes gerados pelos trilhos que atravessavam uma das áreas mais movimentadas da capital. Mesmo assim, a implantação das linhas logo nos primeiros anos da nova capital proporcionou na década de 80 uma maior facilidade na implantação do metrô de superfície, visto que ele utilizou, em grande parte o leito das linhas da RFFSA (EFCB e RMV).
    Existiu também na capital outro ramal que atendia a população, a linha Horto Florestal - Matadouro que trafegava com trens de subúrbio entre essa região e o Barreiro. Esse ramal era destinado aos trens de carga que faziam a ligação com o Matadouro do bairro São Paulo e com os depósitos da Esso que se situavam na beira da linha. Considerado antieconômico esse ramal foi desativado em 1969. O interessante é que a construção desse ramal foi cogitado pela CCNC quando da construção do Ramal de Belo Horizonte em 1894, como solução para as dificuldades da transposição do vale do Arrudas. Na década de 20 a sua construção também foi estudada pela EFCB para solucionar o problema da travessia da região central de Belo Horizonte pelos trens de carga. Na verdade a Central chegou a construir algumas pontes na década de 20 e na década de 70 a RFFSA preparou todo o terreno para a implantação da variante, que foi abandonado pouco tempo depois por falta de verba. Ainda é possível identificar o traçado dessa variante, assim como as pontes que ainda existem na região, mesmo que todo o seu entorno encontra-se atualmente muito adensado.

Trem de Subúrbio da Central passando sob o Viaduto da Avenida do Contorno em construção no final da década de 20.
Fonte: APM

A mesma composição da EFCB nas proximidades do cruzamento com a Avenida Bernardo Monteiro.
Fonte: APM

Parte da zona suburbana de Belo Horizonte vista desde o bairro Floresta onde se vê sinalizados o leito das ferrovias que cruzavam a região central.
Fonte: APM

Os trilhos, a sociedade e os acidentes

    Os acidentes ferroviários sempre fizeram parte do cotidiano do Belorizontino. Os pontos mais críticos nas primeiras décadas do Século XX eram os cruzamentos da Avenida do Contorno nas proximidades da Estação Central e o cruzamento da Praça Vaz de Melo na Lagoinha, todos atravessados pela linha dos Bondes que atendiam a região. Os acidentes, frequentes foram se agravando ao longo das décadas e levou a construção do Viaduto da Floresta em 1937. Esse viaduto acabou com um dos cruzamentos mais perigosos que existiam na região central da capital, ao mesmo tempo que proliferavam as passagens de nível com a expansão da malha urbana ao longo das linhas férreas. As citações abaixo, extraídas da excelente Dissertação da Pesquisadora e Historiadora Helena Guimarães Campos nos revela uma parte do cotidiano vivido pelos moradores da capital nas décadas de 20 e 30:

1923 - 10 de janeiro. Um trem da Central colhe um bonde na travessia das suas linhas junto aos armazéns da av. do Contorno. Houve uma morte e vários passageiros do bonde feridos.” (PENNA, Notas Cronológicas, 1997; 189)

Na noite de 5 de abril de 1926, houve um grave desastre de bonde na travessia das Estradas de Ferro Central e Oeste de Minas, caminho do bairro Floresta, quando desabava sôbre a Capital um terrível aguaceiro. O bonde, de que era o motorneiro José Fontes, foi apanhado por uma composição, ao que parece em recuo, resultando o tombamento do coletivo que foi esmagado por uma das pranchas...” (MOURÃO, 1970; 378).

As linhas de bonde Carlos Prates e a da Oeste de Minas passam paralelas ali na rua do Ramal. Cruzam no princípio da Rua Peçanha e no fim da rua Paraíso. Aquela passagem é perigosíssima. Já não são poucos os desastres ali verificados. Para evitar encontros, há duas guaritas: uma da Força e Luz [Cia. operadora do bonde] e outra da Oeste. Mas ainda não é o suficiente, nós achávamos que se colocassem uma porteira na rua Paraíso, a coisa ficaria melhor e resolvida. Na rua do Ramal então, o perigo é permanente. As linhas de trem e de bonde correm paralelas, no meio da rua. Não há uma cerca, um muro que proteja o povo. Os habitantes daquela rua têm que andar sobressaltados eternamente.” (O CARLOS PRATES. A favela de Belo Horizonte. Estado de Minas. Belo Horizonte, 29 out. 1931. p. 8).

   Para se ter uma ideia da morosidade do Poder Público para se resolver tal problema o decreto autorizando a unificação dos trilhos na região central data de 1925 mas na verdade ele foi de fato cumprido apenas no inicio da década de 60.

Parte da Planta de 1928 onde estão destacadas as principais passagens de nível da região central.
Fonte: APCBH

Avenida do Contorno no local onde se construiu o Viaduto da Floresta na década de 30. Na imagem pode-se ver uma composição da RMV exatamente no local onde suas linhas se encontravam com as linhas do Bonde Floresta.
Fonte: BH Nostalgia

Rua do ramal na década de 40. Na parte mais elevada a direita pode-se ver o antigo leito da RMV.
Fonte: APCBH Relatório do Prefeito Octacílio Negrão de Lima, 1948.

Locomotiva da RMV saindo da Estação Central no final da década de 1940.
Fonte: Acervo Augusto Guerra Coutinho

    Os trilhos da Rede Mineira de Viação que atravessavam a Praça Vaz de Melo²¹ na Lagoinha e seguia pela Rua Mauá eram os que pediam uma maior urgência em sua remoção. Rara era a semana que o trem não descarrilhava em algumas das passagens de nível que existiam na Lagoinha. Com o peso da composição os trilhos afundavam e o trem descarrilhava. Quando acontecia tal imprevisto era necessário um trem rebocador para coloca-lo de volta nos trilhos, o que não acontecia em um curto espaço de tempo, o que gerava inúmeros transtornos para a população que tinha que se deslocar da região central para a Avenida Antônio Carlos e a região da Lagoinha.
   O problema gerado pelos trilhos na região central era tão grave que foi publicado na revista O Cruzeiro em 1960 uma matéria intitulada "Uma cidade contra os trilhos" na qual era exposto o grave problema dos trilhos na região central de Belo Horizonte. Para se ter uma ideia somente na região central da capital e mais próximas da Avenida do Contorno existiam 24 passagens de nível ao longo das linhas férreas que cortavam o tecido urbano, sendo que a maioria apresentava apenas como sinalização a "Cruz de Santo André". Daí pode-se imaginar o quanto eram frequentes os acidentes dentro do perímetro de Belo Horizonte. É bom ressaltar que grande parte dos acidentes eram causados pela imprudência dos motoristas e pedestres que se arriscavam em atravessar a linha mesmo quando a passagem já se encontrava fechada pelas cancelas.

Região da Lagoinha na década de 40.
Fonte: APCBH Coleção José Góes

Capa da matéria da Revista O Cruzeiro de 1960 sobre o caos causado pelos trilhos na região central de Belo Horizonte.
Fonte: Acervo Revista O Cruzeiro

Foto integrante da mesma matéria onde se vê o Trem de passageiros da RMV atravessando a Praça Vaz de Melo na Lagoinha.
Fonte: Acervo Revista O Cruzeiro
 
Linhas da EFCB (RFFSA) na Avenida do Contorno na década de 60. Na imagem à direita pode-se ver o Viaduto da Rodoviária em construção, com a finalidade de se eliminar as passagens de nível da região central.
Fonte: Desconhecida

Leito da EFCB e RMV na Planta de 1961.
Fonte: APM

    Diante do caos iminente causado por essa "guerra" antes silenciosa, mas que havia atingido o seu ápice em 1960 o Prefeito Jorge Carone, em uma das suas primeiras realizações como Prefeito da capital remove os trilhos da Rede Mineira de Viação que atravessavam a região da Lagoinha e que seguiam pela Avenida Nossa Senhora de Fátima, considerada as passagens de nível mais perigosas da capital, visto que era a principal ligação da região central com as Avenidas Pedro II e Antônio Carlos e aos bairros adjacentes às avenidas, sendo que passou a se utilizar apenas os trilhos da EFCB, de bitola mista e já sob a administração da RFFSA, ao longo da Avenida do Contorno até a altura da Estação Carlos Prates, pertencente a RMV, além da recomposição asfáltica das vias que abrigavam os trilhos. Era o inicio da lenta supressão das passagens de nível da região central, finalizada com a construção às pressas dos Viadutos da Rodoviária, marcando o inicio da requalificação e demolição, com objetivos específicos de parte da região da Lagoinha, que tem como principal marco a demolição da Praça Vaz de Melo em 1981.
   Ainda assim se tem registros ao longo da década de 70 de diversos acidentes nas passagens de nível, onde se destaca o grave acidente entre um ônibus e um trem na passagem de nível da Rua Conquista suprimida após esse acidente. Posteriormente os trilhos foram assentados ao lado da Avenida do Contorno, com a finalidade de alargamento da via devido aos frequentes congestionamentos que a região enfrentava nos horários de pico. A implantação do metrô na década de 80 veio a extinguir a maioria das passagens de nível mais problemáticas dentro do perímetro da capital mineira.

Obras na Praça Vaz de Melo quando da remoção dos trilhos da RMV na década de 60.
Fonte: APCBH/ASCOM

Rua Mauá nas proximidades da Rua Paraíso no inicio da década de 60 onde existia uma passagem de nível.
Fonte: APCBH/ASCOM

Obras de alargamento da Rua Mauá quando da remoção dos trilhos.
Fonte: APCBH/ASCOM

A mesma rua onde se vê os trilhos do Bonde e à direita o antigo leito da RMV.
Fonte: APCBH/ASCOM

Avenida do Contorno na Lagoinha na década de 60, onde se vê os trilhos unificados da Central do Brasil e da Rede Mineira na passagem de nível da antiga Rua Berilo. A Ponte em primeiro plano foi construída em 1940, na gestão JK e se configurava como uma das vias de ligação da Lagoinha com a região central via Rua Acre.
Fonte: Skyscrapercity/ViniciosBH  

    Os trens suburbanos tiveram durante varias décadas prioridade sobre os trens de cargas, pois eles faziam a ligação entre as vilas e cidades mais distantes do centro da capital. Essa realidade começou a mudar a partir da década de 50 com a instalação de diversas mineradoras em torno de Belo Horizonte, sendo o Ramal do Paraopeba o principal escoadouro do minério de ferro extraído da região, em particular o minério extraído pela Mannesmann e posteriormente pela MBR na Mina de Águas Claras. Foi também na década de 50 que as ferrovias começaram a apresentar um enorme déficit devido à diminuição do transporte de cargas e de passageiros causados pelo investimento do Governo na malha rodoviária e dos interesses da iniciativa privada, que via a ferrovia como um grande concorrente para o transporte rodoviário que começava a se consolidar de fato.
    A criação da Rede Ferroviária Federal - RFFSA encampou praticamente toda a malha ferroviária do estado e ao longo das décadas de 60 e 70 os trens de passageiros foram sendo suprimido aos poucos, permanecendo praticamente em operação os trens de subúrbio que atendiam a região metropolitana de Belo Horizonte, criada em 1973.

Vista aérea de Belo Horizonte no inicio da década de 70 onde se vê os Viadutos da Lagoinha e Rodoviária finalizados, o que levou a supressão das passagens de nível da região.
Fonte: BH Nostalgia

Estação Central no ano de 1976 onde se vê à esquerda o Trem de Suburbio que atendia a Rio Acima, Raposos e Sabará.
Fonte: http://tremriodoce.blogspot.com.br/ Paulo Roberto de Oliveira Cerezzo 1976.

    Em 1996 com a privatização das linhas administradas pela RFFSA o transporte de passageiros da RMBH foi suprimido, pois a licitação para a concessão do uso das linhas abrangia apenas os trens de carga, uma manobra bem pensada em favor dos segmentos da sociedade que defendiam (e ainda defendem) os seus interesses, em detrimento da mobilidade urbana.
     Dos trens resta apenas a memória de quem os utilizava e que faziam parte do cotidiano do Belorizontino e do Mineiro em geral. E passados mais de quinze anos da sua supressão ainda vemos essas mesmas classes impedirem o progresso do metrô de superfície, uma medida de urgência para o alivio, ainda que seja por um curto espaço de tempo do grave problema do tráfego que se espalhou por toda a capital. Infelizmente essas classes ainda agem como se estivéssemos há um Século atrás, em uma época que qualquer novidade ou beneficio para a população era vista com desconfiança pelas "sociedades tradicionais" que compunham a infante Belo Horizonte. Uma capital nova impregnada de velhos interesses.

Estação da Gameleira - EFCB na década de 40.
Fonte: Desconhecida

A mesma Estação no ano de 2012 em ruínas³¹.
Fonte: Foto do Autor

Antigos armazéns da Rede Mineira de Viação no bairro Carlos Prates.
Fonte: Foto do Autor

Passagem de nível no bairro São Geraldo, uma das últimas ainda existentes na capital.
Fonte: Foto do Autor

Locais das antigas passagens de nível na Lagoinha em imagem de Satélite de 2008.
Fonte: Google Earth

Antiga Estação Carlos Prates da Rede Mineira de Viação.
Fonte: Google Earth

Antigo leito da EFCB e da RMV na região central de Belo Horizonte.
Fonte: Google Earth



¹ EFCB – Estrada de Ferro Central do Brasil
  EFOM – Estrada de Ferro Oeste de Minas
  RMV ex EFOM – Rede Mineira de Viação
  RFFSA – Rede Ferroviária Federal S/A

² Fonte: BARRETO, Abílio. Belo Horizonte: Memória Histórica e Descritiva, Vol. II 1996.

²¹ A Praça Vaz de Melo se localizava mais ou menos no local hoje cortado por parte do Complexo da Lagoinha, um pouco abaixo das ruas Além Paraíba e Itapecerica. A passarela existente no local foi construída onde existiam as casas defronte à Praça.

³ Existem em meio digital diversos sites com um excelente conteúdo sobre a história das Ferrovias do Brasil. Recomendo, entre outros o site www.estacoesferroviarias.com.br e o www.oestedeminas.org . Existe também, como já citei no artigo a excelente tese da Historiadora Helena Guimarães Campos “Da inclusão a exclusão social: A trajetória dos trens de subúrbio da região metropolitana de Belo Horizonte (1976 - 1996)”.

³¹ É revoltante a forma que tratam o patrimônio remanescente do transporte de passageiros no Brasil. A maioria das antigas Estações ou foram demolidas ou estão caindo aos pedaços, em dezenas de lugares os trilhos foram removidos ou roubados (o Ramal Corinto - Diamantina é um exemplo clássico dessa supressão, mesmo que as Estações continuem "preservadas"). No caso de Belo Horizonte a única coisa que se tem a fazer em relação a essa Estação é torcer para que ela resista até o inicio das obras do Metrô do Barreiro, que só Deus sabe quando terá inicio... se é que não vão demolir o tal prédio, com a justificativa de que não tem verba para restaurá-lo, entre outras desculpas. Do Poder Público pode-se esperar qualquer coisa... 
Antiga sede do Clube Mineiro de Caçadores no bairro Serra.
Fonte: APCBH/ASCOM

O Clube Mineiro de Caçadores atualmente se localiza na cidade de Santa Luzia. A imagem acima mostra a primeira Sede do Clube que se localizava no bairro da Serra, mais precisamente no local onde se encontra atualmente o Minas II e o bairro Ex-Caçadores, na divisa com o Parque das Mangabeiras.
Nessa imagem, datada do inicio dos anos 60 pode se ver além do referido Clube, o trecho final da Rua do Ouro, parte das calhas dos córregos da Serra e Mangabeiras e em segundo plano a Favela do Pindura Saia e as árvores que circundam a Caixa D'água do Cruzeiro, além de uma parte da capital. Os terrenos acima do Clube foram passados para a Ferrobel em 1961 e loteados poucos anos mais tarde para a abertura do bairro Mangabeiras. A expansão urbana obrigou o Clube a se transferir na década de 70 para uma Fazenda em Santa Luzia. Atualmente não se tem resquicio algum na região que remete à esse período, apenas o pequeno condomínio que existe na área anteriormente ocupada pelo Clube e que adotou o seu nome.

Retificação e canalização do Córrego do Acaba Mundo para um novo leito construído na Rua Professor Morais em 1930.
Fonte:APM

A Rua Professor Morais, pertencente a zona planejada de Belo Horizonte foi batizada pela CCNC como Rua Paraybuna e se estendia desde a Avenida do Contorno até o cruzamento da Avenida Afonso Pena, totalmente inserida no bairro dos Funcionários. A partir daí ela se transformava na Avenida Paraybuna, uma das vias que formavam as arestas chanfradas do primitivo Parque Municipal.
Alguns anos após a inauguração da capital a Avenida foi renomeada para Bernardo Monteiro, primeiro Prefeito da capital, uma das dezenas de renomeações que alteraram a toponímia de diversas ruas e avenidas da capital em homenagem aos primeiros políticos da infante republica¹.
Já o nome “Professor Morais” foi dado em homenagem a um advogado e professor que residiu na capital e foi fundador do Colégio Dom Viçoso¹². Com essa nova renomeação a Rua Paraibuna, que seguia a logica da toponímia da capital deixou de existir, mais ou menos no mesmo período em que foi suprimida a Avenida Paraúna.
A Rua Paraibuna inicialmente não havia sido planejada para comportar o canal de um curso d’água, no caso o Córrego do Acaba Mundo². Somente após o inicio das obras em 1894 é que a Comissão construtora resolveu adequar o curso do córrego à malha urbana da nova capital.

A retificação do Acaba Mundo na zona urbana já era uma obra planejada pela CCNC desde o inicio das obras da construção da capital. A Comissão foi extinta logo após a inauguração da capital e as obras do novo canal do Acaba Mundo interrompidas, como afirma o Prefeito Bernardo Monteiro em seu relatório de 1900:

“Resta por concluir o canal destinado à mudança do leito do Acaba Mundo, que parte da rua Grão Mogol suburbana e vai ao Parque. Esta obra, aliás necessária, foi iniciada pela antiga Comissão Constructora e está parada desde 1897, e della não poderá cogitar tão cedo”.

As obras ficaram interrompidas por duas décadas e só foram retomadas quando o desenvolvimento urbano começou a aumentar na década de 20, década em que se deu o primeiro remodelamento do espaço urbano de Balo Horizonte. O planejamento urbano, crucial para a concretização do Projeto da capital que nesse período se restringia a região central e os bairros Floresta e Funcionários e a uma pequena parte do Barro Preto, ocupada em grande parte por operários foi exercido com uma maior rigorosidade por parte do Poder Público que visava à expansão da malha urbana dentro dos limites da Avenida do Contorno.


A Rua Paraibuna assinalada nas Plantas de 1895 e 1928. Como se vê, na Planta de 1928 o curso d'água já se apresentava canalizado ao longo da rua, obra empreendida somente no ano seguinte.
Fonte: APCBH

Para possibilitar a urbanização e a continuidade do crescimento da malha urbana teve inicio na segunda metade da década de 20 a retificação e a canalização aberta do córrego do Acaba Mundo entre a Avenida do Contorno e o Parque Municipal. As suas águas foram desviadas para um novo canal construído na Rua Professor Morais, que passou a ter uma pista de cada lado do canal e Avenida Afonso Pena. A terra utilizada no aterramento do antigo leito era proveniente do desmonte do Morro do Cruzeiro, atual Praça Milton Campos. Com o aterramento do antigo leito tornou-se possível a construção e urbanização de 13 quarteirões compreendidos no bairro Funcionários e adjacências segundo a Planta Geral da capital.


Calçamento da Rua Professor Morais em 1929.
Fonte: APM


Pavimentação da mesma rua no cruzamento com a Rua Tomé de Souza.
Fonte: APM

A rua permaneceu até a década de 60 com o canal do córrego a céu aberto. No ano de 1963, devido ao aumento do fluxo viário na capital e o aumento da poluição das águas dos cursos d’água que atravessavam a região compreendida dentro dos limites da Contorno, uma consequência do vertiginoso crescimento urbano de Belo Horizonte à partir de 1950 toma-se a decisão de cobrir os cursos d’água de menor porte que atravessam a Zona Urbana, medida que resolveria momentaneamente o problema viário que já começava a surgir em várias partes da capital e esconderia a poluição que incomodava uma grande parcela dos moradores do bairro Funcionários.


Remoção da Alvenaria do Acaba Mundo entre a Avenida Getúlio Vargas e Rua Cláudio Manoel em 1963.
Fonte: APCBH/ASCOM


Obras de cobertura do Acaba Mundo no mesmo trecho da imagem acima.
Fonte: APCBH/ASCOM


Obras de cobertura no cruzamento com a Rua Antônio de Albuquerque.
Fonte: APCBH/ASCOM


Inauguração das obras de alargamento da Rua Professor Morais em 1965. É bom ressaltar que essa obra começou na gestão do Prefeito Jorge Carone Filho, cassado pela Câmara Municipal de BH em 1965, poucos meses após a Revolução de 64. Entre as autoridades está o Prefeito Oswaldo Pieruccetti, que assumiu a Prefeitura após a cassação de Carone.
Fonte: APCBH/ASCOM

Esta foi a ultima grande mudança na paisagem urbana da Rua Professor Morais, salvo a remoção do canteiro central na década de 90, que transformou a via em mão única visando a melhoria da mobilidade dentro dos limites da Avenida do Contorno. Nos últimos anos, devido a alta especulação imobiliária que atinge Belo Horizonte a rua está passando por uma nova reconfiguração urbana. As últimas casas residenciais, muitas contemporâneas a antiga configuração da rua estão sendo derrubadas para dar lugar aos edifícios comerciais. Com a cobertura do córrego do Acaba Mundo ele desapareceu da paisagem urbana e a identificação do seu traçado atualmente é possível apenas com a consulta as Plantas Cadastrais antigas e as Cartas Hidrológicas existentes, reforçado ainda pelo fato da Rua Professor Morais não ser de fato um fundo de vale³.


Rua Professor Morais no ano de 2007.
Fonte: Foto do Autor


Rua Professor Morais no ano de 2011, no cruzamento da Rua Antônio de Albuquerque.
Fonte: Foto do Autor


Imagem de Satélite onde se vê sinalizada a Rua Professor Morais nos dias atuais.
Fonte: Google Earth


¹ Esse “passo para a imortalidade” dado pelos primeiros representantes da municipalidade quase acabou com a formidável logica estabelecida pela CCNC em relação à topônimia da capital. Muitos nomes foram suprimidos posteriormente, visto o exagero cometido pelos governantes na década de 10 mas muitos nomes dados por eles permanecem inalterados até os dias atuais. Por ora não me estenderei nesse assunto, o abordarei em artigos posteriores.

¹² Dicionário Toponímico de Belo Horizonte, p.223.

² É bom lembrar que os cursos d’água que atravessam a Zona Urbana compreendida dentro do perímetro da Avenida do Contorno foram ignorados pela CCNC quando da confecção da Planta Cadastral da Nova Capital. Eles foram sendo ao longo das décadas retificados e canalizados de acordo com o traçado urbano de Belo Horizonte.

³ Ao contrario do que muitos pensam a Rua Professor Morais não é um fundo de vale, na verdade apenas uma parte da via era cortada pela calha original do Acaba Mundo. Na verdade ele corria no sentido da Rua Rio Grande do Norte, parte da Avenida Afonso Pena, Ruas Bernardo Monteiro e Aimorés até a Igreja da Boa Viagem.

Pedreira do Acaba Mundo em imagem de 1895.
Fonte: BARRETO, Abílio. Belo Horizonte: Memória Histórica e Descritiva, 1996.

    Quando a Comissão designada para a escolha do local onde se construiria a nova capital visitou os cinco locais previamente escolhidos um dos critérios analisados foi à existência de locais para o fornecimento do material necessário para a construção dos edifícios, do calçamento das ruas e avenidas e para a retificação dos cursos d’água visando o saneamento da região, uma das principais alegações dos partidários à mudança da capital de Ouro Preto.
  Os arredores do arraial de Belo Horizonte poderiam fornecer em larga escala uma grande parte do material necessário para a edificação e o embelezamento dos prédios públicos que seriam construídos¹ com um custo reduzido, pois as pedreiras que forneceriam esse material se encontravam a uma pequena distancia do local onde se edificaria a nova capital.
   Na construção da capital foram utilizados materiais oriundos de cinco pedreiras, a saber: Acaba Mundo, Pedras ou Morro das Pedras, Viação (Prado Lopes), Lagoinha e Carapuça, todas utilizadas como marcos da rede de triangulação geodésica que estabeleceu a posição do sitio da nova capital. Para o transporte do material extraído das pedreiras foi construído um pequeno ramal ferroviário desde a Praça da Estação até as pedreiras exploradas, passando pelos principais locais onde se empregava o material transportado.
A Pedreira do Acaba Mundo se localizava no sopé da Serra do Curral, nas proximidades da Praça JK e acima do Aglomerado de mesmo nome, na região sul de Belo Horizonte².


Trecho do Ramal do Acaba Mundo que transportou grande parte do material empregado no embelezamento dos edifícios da Praça da Liberdade.
Fonte: BARRETO, Abílio. Belo Horizonte: Memória Histórica e Descritiva, 1996.


Pedreira do Acaba Mundo em 2008.
Fonte: Google Earth

    A Pedreira Prado Lopes ficava nas proximidades da região da Lagoinha, bem próximo ao centro da capital. O seu entorno abriga um dos aglomerados mais antigos de BH: o Aglomerado Prado Lopes, que herdou o nome de um dos seus arrendatários no período em que ainda era explorada. A Pedreira da Lagoinha ficava exatamente em frente a Prado Lopes e atualmente abriga parte do bairro Concórdia.


Pedreiras Prado Lopes e Lagoinha em imagem de 2008.
Fonte: Google Earth

    O Morro das Pedras se localiza na vertente do Córrego das Piteiras, logo atrás do Hospital Madre Tereza e suas terras atualmente encontram-se totalmente ocupadas pelo Aglomerado Morro das Pedras. Segundo o relatório do Prefeito Chrstiano Machado datado de 1926 essa Pedreira era a mais rentável para a Prefeitura devido a excelente qualidade das pedras para a fabricação de meios fios e paralelepípedos. É bom explicar que nesse período todas as Pedreiras pertecentes a Prefeitura estavam arrendadas a terceiros.


Morro das Pedras no ano de 2008.
Fonte: Google Earth

    A Pedreira da Carapuça³ situava-se na região leste da capital mineira, às margens da antiga estrada que ligava Belo Horizonte à Nova Lima e Sabará. Partes das suas terras estão atualmente ocupadas pelo bairro Pompéia e pelo Aglomerado São Rafael.
    Nas décadas seguintes a inauguração de Belo Horizonte as pedreiras continuaram a ser exploradas, umas pelo governo e outras por particulares. Uma delas, a Pedreira da Viação passou a ser explorada pelo engenheiro Antônio do Prado Lopes Pereira no inicio do Século XX.


Pedreira do Carapuça, às margens do Arrudas em imagem de 2008.
Fonte: Google Earth

    A Pedreira do Acaba Mundo forneceu grande parte do calcário empregado no embelezamento de vários edifícios públicos e particulares da capital mineira. No inicio da década de 50 passou a ser extraído o dolomito com a finalidade de ser empregado na siderurgia. Essa exploração perdura até os dias atuais.
   As Pedreiras da Lagoinha, Morro das Pedras e Carapuça também forneceram material empregado no calçamento da capital durante décadas. Com o crescimento urbano elas foram sendo desativadas ao longo das décadas.


Pedreira Prado Lopes no inicio da década de 40, quando da abertura da Rua Pedro Lessa na gestão JK.
Fonte: APCBH Relatório do Prefeito Juscelino Kubitschek de Oliveira, 1941.


Parte da Pedreira Prado Lopes nos anos 40, com a reocupação da área pelos antigos moradores que haviam sido removidos em 1940.
Fonte: BH Nostalgia


Pedreira do Acaba Mundo em imagem datada do inicio dos anos 60.
Fonte: Acervo IBGE

    Uma característica que se observa nas pedreiras Prado Lopes, Carapuça e Morro das Pedras é que todas abrigam há algumas décadas aglomerados, na sua maioria oriundos de outras regiões da capital e que foram “empurrados” para esses locais, exceção à Prado Lopes que existe desde o inicio da década de 30. Esse aglomerado foi removido durante a gestão JK, mas voltou a ser formar na segunda metade da década de 40 nas duas metades da pedreira divididas pela Rua Pedro Lessa.
    Já o aglomerado do Acaba Mundo se formou um pouco abaixo da Pedreira atualmente desativada, ao longo do córrego de mesmo nome, enquanto a exploração passou a ocorrer acima da primeira cava. Toda a ocupação que se verifica nas áreas das antigas pedreiras e no seu entorno ocorreram devido à expansão desordenada de Belo Horizonte. Geralmente as pedreiras são exploradas a certa distancia dos centros urbanos e por questões de segurança e de salubridade as terras no entorno das pedreiras são vedadas à ocupação urbana. Com o crescimento desordenado que sempre caracterizou a expansão urbana de Belo Horizonte além da expulsão dos moradores de baixa renda das áreas mais próximas ao centro essas terras no entorno das Pedreiras foram sendo sistematicamente ocupadas estrangulando aos poucos a área das pedreiras, restringindo-as ao local explorado. Naturalmente o uso de explosivos e a britagem da rocha, entre outras coisas passam a afetar os moradores do entorno da Pedreira instaurando-se então um conflito social que geralmente é resolvido com o fechamento da pedreira. Atualmente pode-se observar que as pedreiras que abastecem a capital se localizam ao longo da RMBH. E as áreas das antigas pedreiras (não só as cinco pedreiras abordadas nesse artigo, mas sim todas as outras também desativadas atualmente) se encontram totalmente inseridas à malha urbana de Belo Horizonte, sendo quase impossível identifica-las em alguns trechos por causa do adensamento urbano.


Pedreira do Acaba Mundo e ao fundo a área explorada atualmente.
Fonte: Nelson CLM/Panoramio


Parte da Pedreira Prado Lopes nos dias atuais (2012).
Fonte: Foto do Autor


Pedreira da Lagoinha e parte do bairro Concórdia.
Fonte: Foto do Autor


Parte do Morro das Pedras nos dias atuais.
Fonte: Foto do Autor


Pedreira do Carapuça escondida pelo Aglomerado São Rafael.
Fonte: Foto do Autor


Imagem de Satélite onde estão assinaladas as cinco pedreiras que existiam nas proximidades da Zona Urbana de Belo Horizonte.
Fonte: Google Earth


¹ O Complexo Belo Horizonte que domina grande parte do território que compõe a capital mineira é o responsável por grande parte do material fornecido pelas antigas pedreiras, o granito gnaisse. Já a Pedreira do Acaba Mundo, situada a meia cota da Serra do Curral forneceu durante muitas décadas o calcário utilizado em diversas construções da capital. Desde a década de 50 ela fornece o dolomito utilizado em diversas siderúrgicas do Vale do aço.

² O antigo ramal do Acaba Mundo seguia desde a Praça da Liberdade até a dita pedreira pela Estrada do Acaba Mundo (hoje Rua Major Lopes, parte da Avenida Uruguai, Rua Califórnia e Rua Correias).

³ Segundo Abílio Barreto, em sua “Memória Histórica”, existia no final do Século XIX uma pedreira denominada “Cardoso”, em frente ao Carapuça. Segundo o mesmo autor, a sua exploração foi descontinuada ainda no período da construção da capital. Provavelmente ela existiu em algum local atualmente ocupado pelo bairro de Santa Teresa, visto que atualmente é impossível localizar com exatidão a sua localização.

Rios Invisíveis da Metrópole Mineira

gif maker Córrego do Acaba Mundo 1928/APM - By Belisa Murta/Micrópolis