Praça com aspecto de largo: a Praça da Liberdade nos 
primeiros dias da nova capital.
Fonte: Sedução do Horizonte (1997).


      Uma breve história dos primeiros anos da praça, construída no "Alto da Boa Vista" do arraial do Curral del Rey.
   No dia 12 de dezembro de 1897, a inacabada Praça da Liberdade serviu de palco para as comemorações da histórica data de inauguração da nova capital, inaugurada em obras.
     Nos três anos seguintes, a praça figurou na paisagem na urbe administrativa como um largo que separava os edifícios institucionais e poucas residências pertencentes aos altos funcionários da administração estadual, corroborando a função hierárquica para a qual a cidade fora projetada. Ainda assim, a Praça era um roteiro obrigatório para os ilustres visitantes que para cá se dirigiam, projetando assim a praça e os seus edifícios como o cartão postal da capital, ornamentação máxima dos planos políticos da nascente república.
     No ano de 1901, a praça, então desprovida de ornamentos e com uma pequena arborização foi calçada por paralelepípedos oriundos de Conselheiro Lafaiete[1], ressaltando que apenas a alameda central da praça se encontrava calçada no período, visto a conexão direta com o Palácio. A Praça da Liberdade e a Avenida Liberdade figuravam nesse período como um eixo de conexão entre os edifícios institucionais da Avenida Afonso Pena e o local máximo da representatividade do poder do Estado, conectados por uma ampla avenida, que servia ainda de ligação entre a praça e a Praça da República, de onde se seguia para varias partes da zona urbana planejada. A extensão verde entre as praças era notória, conectando ainda o Parque Municipal, ponto de irradiação das massas vergéis de Belo Horizonte. 

"O aformoseamento da cidade tem sido, constantemente, do numero das minhas preocupações; desde o começo o demostrei, contratando por 15:000$000 com o hábil paisagista Sr. Antônio Nunes de Almeida o ajardinamento das praças da Liberdade e da Estação, serviço que será oportunamente aceito pela prefeitura, de acordo com as disposições do contrato. Para ajardinar a Praça da República fiz desenhar uma planta, de cuja execução será encarregado o Sr. Antônio Rocha" (Relatório Francisco Bressane, 1093, p.14).

      Nos anos seguintes o ajardinamento e demais benfeitorias da Praça da Liberdade se encontravam concluídas, marco do inicio da execução dos planos ornamentais do poder público, que tornaram a capital mineira referência no país no que diz respeito à harmonia entre o urbano e o verde.

Praça da Liberdade no ano de 1910.
Fonte: Acervo do Autor.

Praça da Liberdade no ano de 1912.
Fonte: Acervo do Autor.




[1] Relatório prefeito Bernardo Pinto Monteiro, 1902 p.34.


Rios Invisíveis da Metrópole Mineira

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