Parte da Usina de Freitas, que se localizava um pouco acima da primeira cachoeira do Ribeirão Arrudas, na divisa dos bairros Vera Cruz e Caetano Furquim. 
Fonte: Acervo pessoal do Sr. Flávio Santos. 

      As imagens publicadas nesse pequeno artigo nos remetem à década de 50, quando a Usina de Freitas ainda se encontrava em funcionamento, reforçando o abastecimento de energia para a capital.
    As fotos foram enviadas pelo Sr. Flavio Santos, neto do Sr. Pedro de Assis Pereira, que foi o administrador da Usina e ai morava com sua família, como se vê na imagem abaixo. 
    Segundo as informações fornecidas pelo Sr. Flávio o primeiro prédio à direita fazia parte da usina hidrelétrica que funcionava no desnível entre a pequena represa do Ribeirão Arrudas que existiu a poucos metros abaixo da ponte que liga os bairros Vera Cruz e Caetano Furquim. O segundo prédio é a parte termoelétrica da Usina. Funcionava com a queima de óleo combustível que gerava vapor para acionar as turbinas. Quase no meio da imagem é possível visualizar a tubulação que trazia o óleo do tanque até a usina. O tanque não aparece na foto. 
    A primeira casa na parte inferior esquerda da imagem é onde residia o administrador e sua família. As outras casas são de funcionários que também trabalhavam na Usina. Também se podem ver alguns galpões de apoio às atividades da usina. 
   Segundo o Sr. Flávio, embora a usina tivesse sido desativada, vários ex-funcionários permaneceram morando nas respectivas casas, inclusive o Sr. Pedro de Assis Pereira, cuidando de todas as instalações e prédios. Em 1971 a Cemig retirou todos os moradores do local, mas não teve o cuidado de protegê-lo. Ele foi invadido e completamente destruído, ocupado atualmente por parte do bairro Vera Cruz. Dos prédios que compunham a Usina sobrou apenas os alicerces da imagem postada no artigo de Janeiro de 2011 referente à Usina. 
    Na imagem, chama à atenção a presença de uma pequena casa no topo da montanha que segundo o Sr. Flavio era uma das primeiras casas do bairro Caetano Furquim onde hoje é a Rua Mayrink. 
    As imagens, gentilmente cedidas pela família do antigo administrador da Usina são importantíssimas para o resgate da memória de uma das mais importantes benfeitorias realizadas nos primeiros anos da nova capital de Minas e que infelizmente poucas pessoas têm conhecimento da sua existência e da importância para o desenvolvimento de Belo Horizonte nas primeiras décadas do Século XX, visto que a Usina foi por muitos anos a única fonte responsável pela energia elétrica necessária para o funcionamento dos Bondes da capital. E impressiona a mudança radical na paisagem do lugar, sendo praticamente impossível identificar o local onde existiu a Usina sem o auxilio de Plantas Cadastrais e fotos do período, nesse caso é a primeira vez que tenho conhecimento de fotos contemporâneas à Usina de Freitas, acredito que nem o Poder Público tenha tais registros. 
    Expresso aqui os meus sinceros agradecimentos pela grande contribuição dada pelo Sr. Flávio Santos e sua família para o nosso resgate e construção da memória urbana de Belo Horizonte.

O Sr.Pedro de Assis Pereira, administrador da Usina e sua família. 
Fonte: Acervo pessoal do Sr. Flávio Santos.

Local da antiga Usina de Freitas. 
Fonte: Google Earth

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