Capa do processo de desapropriação da Fazenda do Freitas em 1895. Em suas terras foi construída em 1897 a Usina de Freitas.
Fonte: APCBH Acervo CCNC

A Usina de Freitas foi responsável pela iluminação publica e particular nos primeiros anos da nova capital. As obras de construção foram iniciadas no inicio de 1897 nas proximidades do local aonde se encontra a Estação de tratamento do Arrudas, nas terras da antiga Fazenda do Freitas. Foi construída uma represa um pouco acima da cachoeira existente no local sendo então a Usina construída na margem esquerda do ribeirão. Em 1900 a prefeitura, visando aumentar a capacidade do reservatório executou obras na barragem com o intuito de elevá-la, aumentando sensivelmente a geração de energia da Usina.
Ate a inauguração da Usina do Rio de Pedras em 1906 a Usina de Freitas foi a única fornecedora de energia elétrica para Belo Horizonte e devido a sua limitada capacidade de geração de energia a prefeitura restringia a instalação de eletricidade nas residências. Com a instalação dos serviços de Bondes em 1902 o serviço que já era deficiente tornou-se ainda pior devido a priorização por parte da prefeitura do fornecimento a esses serviços em detrimento da iluminação publica e particular.
O fornecimento de energia era deficiente ao ponto da prefeitura ser obrigada a racionar energia devido a baixa do Arrudas. Devemos lembrar que o ribeirão sempre foi um curso d água de pouca vazão. Para se ter idéia da precariedade dos serviços, em 1905 com a finalidade de reparar um motor elétrico da usina a prefeitura suspendeu por 15 dias o transporte de bondes após as 18:30.
Com a entrada em funcionamento da Usina de Rio de Pedras em 1906 a Usina de Freitas foi perdendo gradativamente sua importância devido à baixa produção de energia. Suas funções eram de abastecer os serviços de viação urbana e luz da capital e após a inauguração da Usina do Rio de Pedras ela passou a abastecer exclusivamente a Viação. Mesmo assim esse serviço era extremamente prejudicado devido ao baixo volume d’água do Arrudas sendo que no período das secas o reservatório praticamente se esvaziava durante a noite. Ainda assim ela era importante, pois com as constantes interrupções do Rio de Pedras era a Usina de Freitas quem abastecia a cidade de eletricidade. Essa precariedade da Usina do Rio de Pedras devia-se principalmente pelo fato das poucas indústrias da capital absorver nos primeiros anos de funcionamento praticamente toda a sua produção de energia, ao mesmo tempo de que a Usina ainda não estava funcionando em plena capacidade para a geração de energia.

Usina de Freitas sinalizada na Planta Cadastral de Belo Horizonte de 1940. O primeiro circulo destaca a primeira Usina construída em 1897 e o segundo circulo destaca a segunda, ainda em funcionamento. Grande parte dos arruamentos que se vê na Planta ainda não estavam abertos em 1940 existindo somente no papel.
Fonte: Acervo MHAB

Alguns anos mais tarde foi construída uma nova Usina um pouco abaixo da primeira com a finalidade de reforçar o abastecimento de energia de Belo Horizonte. Essa segunda Usina ainda existe e é utilizada atualmente para o abastecimento de energia de uma Indústria de Fertilizantes, mas a primeira Usina de Freitas após a sua desativação foi abandonada e atualmente existem apenas as suas ruínas, como vemos nas fotos abaixo.

Ruínas da primeira Usina de Freitas, um pouco abaixo da Cachoeira do Ribeirão Arrudas. Além do tempo, o aumento da vazão do Ribeirão devido a impermeabilização do solo e da canalização do ribeirão e de seus afluentes contrubuíram para a deteriorização do prédio pois o volume d'água nos periodos chuvosos aumentou consideravelmente, afetando diretamente a Usina.
Fonte: Foto do Autor

Outra parte das ruínas da mesma Usina.
Fonte: Foto do Autor

Imagem de Satélite do ano de 2008 onde estão sinalizadas as duas Usinas.
Fonte: Google Earth

Um comentário:

  1. nasci neste lugar q era maravilhoso no ano de 1949.meu pai era o encarregado desta usina

    ResponderExcluir

Comente a vontade

Rios Invisíveis da Metrópole Mineira

gif maker Córrego do Acaba Mundo 1928/APM - By Belisa Murta/Micrópolis