Os grupos escolares da capital representam uma
história à parte. No entanto, em meio à ignorância generalizada na qual nos encontramos nessa turbulenta 2ª metade da década de 2010, publico a imagem de dois grupos escolares municipais inaugurados na década de 1950, o Grupo Francisco Bressane de Azevedo, no bairro São Paulo, construído à partir da necessidade de se estabelecer uma escola em uma região que crescia a passos largos desde o inicio da década de 1930, com a inauguração do Matadouro Modelo, e o Grupo Escolar Benjamin Jacob no bairro Sion, destinado também a atender a demanda de um bairro dito "nobre" que se encontrava em consolidação, ambos construídos pela gestão de Celso Mello de Azevedo, chamando a atenção para a paisagem em volta dos edifícios.
Publico as imagens na esperança do reconhecimento por uma parte da cidade da importância que as
instituições de ensino possuem, e da necessidade da revalorização da instrução,
visto o conturbado período em que nos encontramos, onde infelizmente a ignorância
vem se sobressaindo em meio à coletividade e outras coisas mais, fruto da decadência
educacional (instrução familiar) e da desvalorização/inversão/sucateamento das instituições de
ensino, medidas convenientes e que vem apresentando "resultados" de uns anos para cá, visto as inversões de valores e crenças destorcidas, lembrando que "somente a história pode dar a um povo a consciência de si
mesmo", como disse Arthur Schopenhauer.
Olhando os erros do passado, certamente se fará um futuro melhor, e Belo Horizonte precisa disso com urgência.
A inauguração do Grupo Escolar, no bairro São Paulo.
Acervo APCBH/ASCOM
Grupo Escolar Benjamin Jacob no bairro Sion. Ao fundo a
Os centenários galpões das Oficinas Christiano Ottoni, batizadas com o nome do patrono da engenharia brasileira, passam atualmente por uma profunda reforma para se adequarem à demanda do Tribunal Regional do Trabalho, que ocupará os edifícios da antiga Escola de Engenharia da UFMG.
"Escondidas" da grande maioria da população belorizontina, exatamente por se localizarem em uma rua "invisível" para uma cidade que a frequenta(va) arduamente, as oficinas integram o importante conjunto urbanístico da Praça da Estação, a velha porta de entrada da capital.
A pequena postagem tem o intuito de chamar a atenção não só para a reforma do singular edifício, mas também para o importante patrimônio guardado pelo baixo centro, e ainda para a história do engenheiro natural da Vila do Príncipe e irmão de Teófilo Ottoni, um dos cabeças da Revolução de 1842. Sua história se confunde com a história das ferrovias brasileiras, tão esquecidas e marginalizadas quanto os galpões e belezas mais de uma via de histórias incríveis, talvez as mais singulares de uma urbe de estranhos ares aristocráticos e provincianos.
As oficinas na década de 1950
Acervo UFMG
As oficinas após a reforma do edifício e construção de um anexo.
Transbordamento do Arrudas na Praça da Estação no ano de 1977, período em que as enchentes e as tragédias faziam parte do cotidiano da capital. Acervo EM
Às margens do período das chuvas que já
transbordam sobre a capital mineira, como visto no ultimo domingo (25/09/16), uma
precipitação rápida e de intensidade até notável, mas inaceitável pelos
transtornos causados e vidas perdidas, onde figura como um exemplo notável e ao
mesmo tempo absurda a chuva de fevereiro desse ano, que causou uma morte na Rua
Diorita, em um local onde as águas pluviais vertem diretamente para o ribeirão
Arrudas, expondo todo o problema (ou precariedade) da drenagem urbana da
capital mineira.
Mas tudo isso tem uma explicação que se tornou óbvia ao longo das
pesquisas para o livro Rios invisíveis da metrópole mineira, já recomendando a
sua leitura visto que a exposição aqui será bem breve e sucinta.
Gráfico da precipitação mensal e o normal climatológico (média dos 30 anos, nesse caso 1961-1990) em Belo Horizonte nos triênio 2014-2016, até o momento. Detalhe para as variações nos períodos chuvosos, cujas precipitações, em condições de drenagem satisfatória, nunca acarretariam os transtornos que abatem sobre a cidade.
E acima de tudo, preparem-se para o período Antropoceno.
Fonte: INPE
Após a conclusão das primeiras canalizações, que suprimiu o leito
natural e as várzeas (planícies de inundação, o segundo leito do curso d’água,
destinado a comportar as águas nos períodos de cheia), no primeiro período chuvoso
que se sucedeu, todos os cursos d’água que nunca apresentaram “problemas” para
a capital saíram do seu canal artificial, arrasando locais que anteriormente não
sofriam com as enchentes, fenômeno natural que consiste no transbordamento das
águas dos cursos d’água, normalmente ocorrendo nos períodos chuvosos. Ou seja,
a tão vendida técnica da canalização, técnica ultrapassada e incrivelmente
atual, vendida como a solução única para as enchentes, se mostrou inviável de
ser adotada e deveria ser imediatamente abandonada, pois a canalização não
resolvia o “problema” dos transbordamentos, e sim potencializava o seu poder de
destruição em uma cidade que já começava a marginalizar as suas águas em prol
de um suposto progresso.
Obviamente a técnica não foi descontinuada, pois, altamente lucrativa,
incrementava a renda dos empreiteiros e construtores que começavam a escalada
de poder na capital, culminando na tão clara e obscura submissão das
administrações municipais.
Três momentos de um rio urbano para auxiliar na compreensão da potencialização dos transbordamentos a partir da intervenção humana:
à esquerda o rio em seu leito natural e suas várzeas, e à direita o rio
canalizado a céu aberto ou sob a cidade.
Fonte: Arch Urbs
Canalização do córrego da Serra no ano de 1929,
o primeiro curso d'água canalizado sob a cidade.
Acervo do Autor
Enchente de 1947 na Lagoinha.
Acervo EM
O ribeirão Arrudas em Marzagão (Sabará) no ano de 1953.
Detalhe para suas várzeas, destacando-se a porção ocupada
pelo campo do Marzagão Atlético Clube, um dos famosos
"campos de várzea" que não foram engolidos pela voracidade
imobiliária e viária.
Acervo APCBH
No decorrer das décadas, metropolização etc. os transbordamentos se
tornaram mais frequentes, ao mesmo tempo em que, coincidentemente, a canalização
era gradativamente imposta no restante do município, proporcionando a ocupação
de terras marginalizadas, agora altamente lucrativas para o município e para os
agentes fundiários, sedentos desde sempre por terras para se especular. Não esquecendo da imposição rodoviarista desencadeada na década de 1950 que se impôs perante a cidade, ocupando espaços antes ocupados pela população e pelos elementos naturais. No caso dos transbordamentos, as tragédias
se tornariam mais frequentes nas décadas de 1960 e 1970, culminando com a
centenária enchente de 1983, da qual muitos ainda guardam em suas lembranças
uma Belo Horizonte destruída, faminta e extremamente vulnerável ao turbilhão
hidráulico criado por um Poder Público submisso e incompetente.
Pela lógica rodoviarista, esse é o espaço destinado
às pessoas na cidade, uma questionável inversão de
valores visto que a cidade pertence as pessoas e não aos
veículos automotores, ainda vistos como símbolo de distinção social.
Fonte: Desconhecida
O ribeirão Arrudas em frente a Mannesmann no ano
de 1958.
Acervo IBGE
Ribeirão Arrudas no ano de 1964, Ponte do Bedeco.
O modesto ribeirão, de pequena vazão, não dava mais conta
de transportar para fora da "Cidade Oficial" toda a água
drenada das bacias impermeabilizadas, os esgotos e os
detritos da iminente metrópole. Acervo EM
Estragos causados pela enchente de janeiro de 1983
na Avenida Mem de Sá (córrego do Cardoso).
Acervo Rios invisíveis da metrópole mineira/Laudelina Garcia.
Em julho, um ilustre seguidor da página Curral del Rey no Facebook
postou esse interessante vídeo das consequências da grande enchente
de janeiro de 1983. A busca por "soluções definitivas" desde sempre é
anunciada pelos administradores, entretanto, alternativas para uma
real mitigação dos transbordamentos nunca foi cogitada.
Acervo rdutrabh/Youtube
As canalizações normalmente tem vida curta exatamente por serem meros
paliativos. Não duram mais do que vinte anos, sendo necessárias intervenções não
só para retirar sedimentos, detritos etc. carregados pelas águas e pelos
esgotos (sim, os rios urbanos sob os nossos pés se tornaram emissários de
esgotos, caso não saibam), mas também alargamentos e aprofundamentos de
galerias, construção de canais paralelos, canais de transposição etc. Tudo isso
em busca de uma melhoria hipotética na drenagem urbana, onde os empreiteiros
atingem lucros astronômicos e a cidade acredita que os seus problemas
terminaram, pelo menos até o próximo ano, quando caem novamente na realidade. Se
tais técnicas persistirem por mais algumas décadas, onde iremos parar? A única certeza
que tenho é que existirá uma cidade subterrânea na bacia do Arrudas, na bacia
da Onça as canalizações continuarão“comendo pelas beiradas”, infelizmente.
Estamos novamente nesse período critico (ou nunca saímos dele?), onde
mais uma vez estão sendo vendidas como solução única barragens de retenção,
canalizações e avenidas sanitárias, técnicas que já se mostraram inúteis há
mais de oitenta anos, a não ser quando se constrói um canal de mais de vinte
metros de largura abaixo da ponte do Perrela (ribeirão Arrudas) para comportar
toda a água drenada das vertentes impermeabilizadas para o ribeirão. A largura
do canal mostra a extensão da incompetência pública para lidar com a questão,
que não entende (ou finge não entender) que as águas que vem do céu tem que
ficar onde caem, contribuindo para um clima ameno, para a recarga dos aquíferos
e para o equilíbrio das enchentes. Não é atoa que Belo Horizonte em suas
primeiras décadas, com suas águas e com o seu verde, uma verdadeira floresta
urbana, proporcionava a cura de moléstias pulmonares e apresentava uma espessa
névoa nas frias manhãs de inverno. Atualmente as pessoas por aqui sucumbem das
mesmas doenças que antes vinham tratar. Uma bizarrice sem tamanho.
O Acaba Mundo extrapolando o seu canal artificial
nas chuvas de 1999.
Acervo do Autor
O asfalto sobre o rio ou o rio sobre o asfalto?
Avenida Silva Lobo em data desconhecida.
Fonte: Desconhecida
O ribeirão Arrudas em um chuvoso ano de 2011.
Ao modesto ribeirão foi imposto um canal de mais
de vinte metros de largura,para comportar toda a
incompetência dos administradores da capital.
Foto do Autor
Via Expressa Leste-Oeste no inicio de 2016,
ou talvegue do córrego do Tejuco.
Foto do Autor
Resultado de um pequeno temporal no ano de 2016,
no viaduto sobre o córrego das Piteiras
(Avenida Silva Lobo).
Foto do Autor
Para quem não acredita que
existem alternativas, (já recebi inúmeras mensagens questionando sobre a “utopia
dos rios invisíveis”, mensagens perfeitamente compressíveis diante da lavagem
cerebral que vem sendo realizada há mais de meio século), as soluções existem
aos montes. Existem exemplos regionais e principalmente estrangeiros que
mostram que uma real reabilitação é possível e necessária, e que seria bem
menos onerosa! do que as tão afamadas obras de canalização e agregados. E
apesar do singular programa Drenurbs, as canalizações continuam a pleno vapor, ou
seja, enquanto persistir essa ideia de conversão de águas urbanas em avenidas a
cidade continuará a assistir e a sofrer com as consequências da imposição de
uma técnica ultrapassada e lucrativa.
Vocês já imaginaram um parque linear ao longo do Arrudas (e não aquele
projeto ridículo de cobrir o seu leito com áreas de lazer), um Arrudas
reabilitado, livre dos esgotos, com áreas para pesca (sim, isso é possível!) e conectado
com seus afluentes também reabilitados a partir do Parque Municipal¹, que disseminaria
o verde através de “conexões hidrográficas”, contribuindo para a reversão,
ainda que parcial, de toda a impermeabilidade da cidade? Parece utopia, mas é
perfeitamente possível se abrirmos a mente para novas ideias e métodos estudados
e aplicados pelo planeta e mesmo por aqui. Um parque linear comportaria, na maioria
das vezes, nos períodos chuvosos o transbordamento dos cursos d’água, além de promover
um reencontro da cidade com suas águas através da ocupação das várzeas nos períodos
de estiagem, e com um planejamento viário decente as vias suprimidas não fariam
falta para a cidade, ressaltando que um parque linear ainda proporcionaria e
incentivaria a utilização de transportes alternativos, como a bicicleta.
O Plano Diretor do Parque Municipal elaborado pela equipe
do arquiteto José Antônio Hoyuela Jayo, que recebeu menção
honrosa na II Bienal de Arquitetura da Paisagem no México.
E abrindo um parêntese, mas ainda imerso nas águas, gostaria de
convida-los para uma reflexão sobre a Pampulha e as suas “famigeradas”
Capivaras. A lagoa vem recebendo há décadas detritos, esgotos e outras
porcarias mais sob o olhar de um Poder Público acéfalo e negligente e por uma população que nunca se preocupou com o dia de amanhã. As
Capivaras, antes espalhadas pelas águas urbanas da bacia, encontraram o seu refugio
ali, sistematicamente expulsas das terras invadidas e urbanizadas do vetor
norte da RMBH.
Vocês já imaginaram as perdas ecossistêmicas sofridas a partir da
ocupação urbana desenfreada e voraz? Pois bem, sobrou para os singelos mamíferos
aquela porção de “vida natural”, poluída, assoreada e esquecida por todos,
aonde desde sempre proliferam vetores de extrema periculosidade para os
citadinos. A municipalidade? Preocupada apenas com a porção do Complexo
Arquitetônico, ou seja, com o concreto.
Conclusão: vocês acham mesmo que a culpa é das Capivaras pela proliferação
dos pequenos parasitas, ou do Poder Público que nunca se preocupou com os
problemas decorrentes da rápida urbanização e com o abandono de áreas
assoreadas por décadas? Que só veio a se preocupar com a Lagoa a partir do
iminente assoreamento generalizado que já figurava no horizonte, fora o título de nobreza concedido para uma cidade que desde o seu nascimento procurava uma identidade? Em relação ao sacrifício
sugerido por um “eminente”, de um local que "in loco" conferi o tratamento dado aos animais e aos seus donos, sugiro o extermínio de quem realmente
criou o problema e não dos animais que são vítimas de todo esse sistema que só
se preocupa com o dia de hoje. E em alguns casos vítimas de quem deveria zelar por eles. Alternativas certamente existem, mas...
A culpa é delas ou nossa?
Foto do Autor
A população precisa ter acesso às soluções alternativas para as águas
urbanas e não sofrer com a imposição “goela abaixo” de técnicas que só contribuem
para a potencialização dos problemas causados pelas águas que tomam o que é seu
por direito. Esse é o meu desejo, manifestado inclusive em forma de livro, onde apresento toda o processo de desenvolvimento urbano de Belo Horizonte sob a ótica das canalizações.
Parque Linear do córrego do Vidoca em São José dos Campos.
O exemplo correto está mais próximo do que se imagina.
Foto do Autor
Parque linear e corredores verdes do Rio Manzanares, Espanha.
¹ Recomendo a todos a conhecer o excelente projeto do Plano Diretor do Parque Municipal, de autoria da equipe chefiada pelo arquiteto José Antônio Hoyuela Jayo.
Tenho a honra de anunciar que está a venda a partir de agora
mais dois livros que mostram a história de BH e as suas peculiaridades e
fragmentos, os livros “Belo Horizonte em pedaços: fragmentos de uma cidade em
eterna construção”, com 214 páginas e o “Turbulenta modernidade: o Art déco em
Belo Horizonte 1930-1950”, com 114 páginas. Segue uma breve exposição dos
livros e suas características. Ressalto que os links para compra estão no final das exposições, na imagem à direita na página do blog e no Menu "Livros a Venda".
Belo Horizonte em
pedaços: fragmentos de uma cidade em eterna construção
Antes de qualquer coisa, deve-se compreender que Belo
Horizonte, assim como os demais núcleos urbanos, se encontra em constante
transformação. Fruto, além de outros fatores, das mudanças de nossa sociedade,
que contribuem para a constante remodelação do espaço urbano. Em Belo Horizonte
as transformações mais notáveis do espaço se deram em distintos períodos
ligados entre si, deixando fragmentos não só na paisagem, mas também na memoria
dos citadinos, em forma de agradáveis e dolorosas lembranças de uma paisagem
que não existe mais.
No caso o acervo iconográfico, sob a guarda de diversas
instituições e acervos particulares, são reminiscências de um período de
importantes transformações no âmbito urbano, politico e social, dentro do qual
as fotografias exercem um papel muito mais complexo do que apenas o papel
associado à contemplação, tornando-se um importante objeto de análise histórica
e atestador de toda a mudança paisagística ocorrida na capital, além de guardiã
(ou um fragmento) das transformações ocorridas ao longo das décadas a partir da
constante remodelação do espaço.
Daí nasceu à ideia de fazer uma publicação que priorize não
só todo o processo de desenvolvimento urbano de Belo Horizonte sob a lente dos
artistas, muitos deles anônimos, mas também os detalhes e fragmentos,
desaparecidos ou não, gerados a partir do rápido crescimento populacional e da
expansão desordenada de toda a malha urbana da capital, que acabou por vitimar
belezas arquitetônicas e a qualidade de vida em uma cidade em eterna
construção.
O livro Belo Horizonte em pedaços foi confeccionado no
formato quadrado preto e branco em papel Couché 150gr, contendo 214 páginas e
mais de 250 imagens, dezenas delas inéditas e identificadas a partir das
pesquisas do Curral del Rey. Acompanhado das imagens vem a história da capital
mineira, uma cidade em eterna construção.
Link para a compra do livro p&b: clique aqui Link para a compra do livro a cores: clique aqui
Turbulenta
modernidade: o Art déco em Belo Horizonte
1930-1950
O estilo arquitetônico Art déco, o primeiro sopro de um
modernismo em Belo Horizonte, se consolidou em um período de notável mudança
social, política e econômica pós 1930. Um estilo que pode ser considerado como
a primeira arquitetura moderna do Brasil e responsável pelo rompimento com os
estilos utilizados na República Velha.
O Art déco é um estilo ainda desconhecido e desprezado por
uma parcela da população apesar de presente em nossas vidas mais do que se
imagina. E é isso que será apresentado ao leitor no livro, colorido e ricamente
ilustrado com inúmeras imagens inéditas, acompanhadas de toda a história da
capital mineira no advento e na descontinuidade do estilo déco.
O
livro Turbulenta modernidade: o Art déco em Belo Horizonte foi confeccionado no
formato A4 com 114 páginas em papel Couché 150gr, contendo
fotos, grande parte inéditas, além de um capítulo denominado “O Art déco na
atualidade”, contendo dezenas de imagens dos remanescentes do estilo na capital
mineira.
O livro será
oferecido em capa brochura, permitindo um melhor custo/benefício, e em capa
dura, em acabamento mais fino. O miolo da publicação é idêntico, alterando
apenas a capa.
Disponibilizei junto com o produto uma prévia visualização
das primeiras páginas e do sumário dos livros. Aproveito para agradecer a todos
os leitores e apoiadores dos trabalhos publicados no Curral del Rey e em outros
meios, assim como todos que ajudaram na divulgação, sem dúvida a força motriz e
a inspiração para escrever os dois livros, espero de coração que gostem do
resultado! Agradeço ainda aos colecionadores, familiares e aos arquivos que
sempre me auxiliaram nas pesquisas ininterruptas sobre a bela e sofrida Belo Horizonte
e as suas singularidades.
Em caso de dúvida me coloco à inteira disposição. No mais
obrigado e boa leitura!
Esse mês o Curral del Rey recebeu uma boa notícia. O blog Hidden Waters, de autoria do historiador Sergey Kadinsky, autor do livro "Hidden Waters of New York City: A History and Guide to 101 Forgotten Lakes, Ponds, Creeks, and Streams in the Five Boroughs", que traz os rios escondidos de Nova York publicou uma breve história do ribeirão Arrudas e da própria capital mineira, citando como principal fonte todo o trabalho apresentado no livro sobre os rios urbanos de Belo Horizonte. Isso demonstra a importância que o ribeirão (e as nossas águas urbanas das bacias do Arrudas e da Onça) tem para Belo Horizonte e demais cidades em todos os sentidos, apesar de esquecido por uma ingrata urbe e largamente utilizado (ainda) como instrumento para se fazer política, estranhas e inúteis articulações que supostamente promoveriam a reabilitação das águas urbanas, além de catalisador de obras mais inúteis ainda.Egocentrismos à parte, a cidade tem obrigação em reconhecer a sua importância e promover o seu (re)conhecimento e a sua reabilitação, apesar de se saber que isso ainda demorará um bom tempo, pois má vontade e mal uso do ribeirão (e de todas as águas) para interesses individuais/políticos/econômico$ é ainda uma nefasta verdade por estes currais. Mas o trabalho continua e desde sempre precisamos conhecer a importante caixa d'água que temos sob os pés.
Imagem retirada do blog do notável historiador,
referindo-se ao trabalho "Rios Invisíveis"
Convido a todos a conhecerem o livro e o belo trabalho do notável historiador no link abaixo, aproveitando para agradecer ao ilustre pesquisador pela lembrança das águas urbanas de nossa bela e sofrida capital.
O Museu Mineiro promove no dia 21 de maio (sábado), às 15 horas, o
lançamento do livro “Rios Invisíveis da Metrópole Mineira” e Bate Papo
Ilustrado com o autor Alessandro Borsagli.
O livro é resultado de cinco anos de pesquisa sobre os rios urbanos de
Belo Horizonte é lançado com a intenção de promover o (re)conhecimento do que
se perdeu ao longo dos anos com o processo de desenvolvimento urbano da cidade.
Ao se conhecer como um dia foi o saudável o convívio dos elementos naturais com
a vida urbana, é fácil perceber como a negação e a vedação de nossos rios
acarretou na piora na qualidade de vida e o afastamento dos elementos naturais
do nosso cotidiano.
Além da história da cidade a partir da destruição de seus elementos naturais
e das mudanças da paisagem urbana da capital, o livro também traz mapas e mais
de uma centena de imagens que atestam uma paisagem perdida com o desenfreado
crescimento urbano de Belo Horizonte e manuscritos e fotografias inéditas que
convidam o leitor a conhecer também o Lado B da história da cidade.
O evento que tem entrada gratuita e integra à programação do Museu
Mineiro durante a 14ª edição da Semana de Museus, que será realizada entre os
dias 16 e 21 de maio de 2016 e que tem como tema “Museus e Paisagens Culturas”. Estão todos convidados!
Professor e pesquisador, graduado em Geografia (PUC-MG) e História (UNIFRAN) e Mestre em Geografia pelo PPGG-TIE da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Do convívio à ruptura: a cartografia na análise histórico-fluvial de Belo Horizonte - 1894/1977).
Pesquisador atuante na área de Geografia Urbana, Geografia Histórica, Memória Urbana, Hidrogeografia e Estudos da Paisagem, com foco no Estado de Minas Gerais. Autor do site Curral del Rey, destinado ao resgate da memória urbana e a análise sobre o processo de evolução urbana de Belo Horizonte e das mudanças ocorridas na paisagem urbana da capital mineira, dos livros Rios invisíveis da metrópole mineira, Horizontes Fluviais, Rios urbanos de Belo Horizonte e de diversos livros sobre a cidade de Belo Horizonte.
Email:borsagli@gmail.com